sábado, 4 de fevereiro de 2012

[...]
- De onde vens, meu caro? Onde é tua casa? Para onde queres legar meu carneiro?
Ficou algum tempo em silêncio, e depois respondeu:
- O bom é que a caixa que me deste poderá, à noite, servir de casa para ele.
- Sem dúvida. E se tu fores um bom menino, te darei também uma corda para amarrá-lo durante o dia. E uma estaca para prendê-lo.
A proposta pareceu chocá-lo:
- Amarrar? Que idéia estranha!
-Mas se tu não o amarras, ele vai-se embora e se perde...
E meu amigo deu uma nova risada:
- Mas onde queres que ele vá?
- Não sei... Por aí... Andando sempre em frente.
Então o Pequeno Príncipe disse muito sério:
- Não faz mal, é tão pequeno onde moro!
E depois, talvez com um pouco de melancolia, acrescentou ainda:
- Quando a gente anda sempre em frente, não pode mesmo ir muito longe...
[...]

(Do livro O Pequeno Príncipe - Antonie De Saint-Exupéry)

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