segunda-feira, 11 de abril de 2011

Me sinto vazia...

É, confesso. Eu não entendo esse poder que você tem de me deixar vazia. E talvez você não entenda de fato o que meus olhos querem dizer quando te olham de cima a baixo. Eu também confesso que não compreendo que tipo de recompensas teremos se fizermos o esforço de ficarmos longe. Eu gostava das faíscas boas que nossos olhos trocavam quando se cruzavam. E hoje, depois que tudo pegou fogo, varremos as cinzas para debaixo do tapete, simplesmente porque às vezes essa é a melhor saída pra nenhuma solução. Já tentamos de tudo e já fomos por demais tentados. A vaidade já acabou há muito, mas enquanto ela existia, tudo era apenas disfarçadamente bom. Nossos egos brigavam como exímios esgrimistas. Eram delicadamente ofensivos e pareciam dançar enquanto tentavam rasgar a carne do outro com olhares de culpa e condenação. Tolos. Errantes. Egoístas. Nossos egos eram donos de uma ingênua crueldade, que não facilitava em nada o processo de amar. Fomos tantas vezes pelo caminho errado. E agora voltamos engatinhando, tentando descobrir o que perdemos e o que derrubamos de propósito pelo caminho. Pena que a essa altura o vento já arrastou tudo. Alimentamos nossos pensamentos com migalhas de uma dor que nem sequer deveria existir. E cada sorriso passou a ser apenas o prelúdio de uma dor ainda maior. A pior parte é a sensação de amputamento, que limita toda e qualquer razão e me enche de uma impulsividade destruidora, uma vontade de me atirar sem as amarras dos meus próprios conselhos advindos de um lampejo de racionalidade.


São só palavras perdidas. E elas ecoam. Porque eu estou vazia.
'Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.'
(Shakespeare)


Não entendo as patadas que a vida me dá! Eu queria dizer pra ela (pra vida) que não não sou seu brinquedo não. Sou de carne e osso e tenho coração.
E ele sangra...