quinta-feira, 28 de julho de 2011

Michele Ramos, vinte e poucos anos (sim, eu ainda não me acustumei com essa idade) e uma péssima memória. Tipicamente carioca/descedente de Italiano e obviamente muito sonhadora. O universo me disse que parte da minha função como ser humana é exercer o bem e praticar o amor, nem que seja por mim mesma. Tenho convivido diariamente com meus defeitos potencializados e sei o quanto posso ser insuportável. Já tentei não pensar no próximo, já tentei enganar, mas, fundamentalmente não obtive sucesso. E Deus sabe o quanto agradeço por isso hoje em dia. Nada paga a consciência limpa de saber que eu dou o meu melhor. E por sorte ou justiça, sempre o recebo de volta. Bom, quase sempre. Sou muito dramática, mas mal suporto o drama alheio. Já tive sérios distúrbios de personalidade, tão graves que hoje em dia nem os reconheço. Mas não me importo. 17 anos de bagagem, mas acredito que o real impacto da minha vida tornou-se óbvio apenas depois dos 19. Vivi verdadeiramente até então, mas nada se compara ao atual. tenho um Q de insolência e um muito de preguiça. Teimosa, mas a apatia de estabelecer minhas opiniões pra quem não tem capacidade me poupa de brigas. Nada resolve mais do que um sorrisinho de canto e um 'você tem razão' pro ignorante se glorificar e o assunto não mais render. Aprendi isso cedo. Minha família vem em primeiro lugar, em segundo, em terceiro. mas ainda sobra espaço pros amigos (que são poucos) pro amor (que é único) e pros meus sobrinhos. Tenho 3 tatuagens, meu cabelo me surpreende a cada dia (pq será né?), e tenho olheiras profundas...  Decide que aparti de agora o consumo do alcool será raramente (sei que isso será susto para os desavisados),mas já tive porres incuráveis e ressacas intermináveis. Adoro comprar, nasci pro dinheiro também. Desculpa, não consigo evitar. Sou chata, e chata e chata e chata. Tenho consciência disso, mas prometo melhorar. Tenho a graça de ter um melhor e uma melhor amiga. Daria nomes se fosse preciso. 'SE' fosse preciso, mas tenho outros amigos ao redor, sempre muito queridos. Tenho facilidade para coleguismo e adaptação a lugares e pessoas. Mas hoje risquei da minha lista de contato 80% das pessoas que julgo não me acrescentarem nada. E seguirei muito bem assim. Consegui um emprego na profissão a qual odeio, mas estudo para o que amo, e estou muito feliz por isso. Tenho sorte demais, apesar de na raiva dizer o contrário. Sei da capacidade que tenho e por isso não me contento com 99% de nada. Não tenho mais inimizades. O que tem são pessoas que um dia eu feri, que um dia me feriram e que o tempo as apagou. As vezes, a simplicidade das coisas até me assusta. Minhas figuras de linguagens são a hipérbole e o paradóxio. Sou a rainha de não ser o que aparento e exagerada em todos os aspectos. Penso muito, desejo muito, peço muito, e também tenho muito para dar. E fico feliz em saber que encontrei pessoas que merecem de fato receber, e por mais que isso não importe, foi um prazer. Até uma próxima...



PS: Eu sou mulher e tenho o direito de mudar de ideia. então não se assustem se um belo dia eu voltar a postar,nem que seje um texto de desabafo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

(em 01/02/2011)

Quanto mais os dias passam e as coisas acontecem, menos tudo faz sentido pra mim.Do vigésimo sétimo andar eu vejo o sol e a cidade fervendo lá em baixo. Enquanto isso o vento toca a minha pele e o meu cabelo me dando bom dia.
A medida que as pessoas e os carros vão colorindo e dando movimento à cidade, eu me pergunto: "O que o dia me reserva para hoje?"
Avisto lá embaixo um mar de gente que andam de um lado para o outro, o dia todo, todos os dias. E assim como eu não sei da existencia delas, me pergunto: "Quantas pessoas já conheci ao longo dos anos e hoje desconheço?"
Eu sou uma dessas pessoas que por anos eu conheci e hoje desconheço. Não me reconheço e me vejo perdida no meu próprio mundo.
Ontem indo para casa, num ônibus lotado. Coloquei os fones de ouvido e tocava 'Colors' quando vi do lado de fora, pelo vidro de um carro, do lado de fora uma garota. Ela pareci cantar, e me olhava também. Encarei. E me perdi no engarrafamento olhando-a. Ela não era feia, mas tinha a aparencia de uma pessoa vivida e cansada da vida.  Pus-me a pensar em qual seria sua historia de vida. Pelo que ela passou, por onde passou...
Depois de um longo tempo o ônibus em que eu estava avançou e eu pude perceber que aquela garota era o meu reflexo no vidro do carro parado no engarrafamento.
Sinto que me perdi em algum lugar desse longo caminho que percorri. Não sei se sigo ou se volto para procurar-me. Onde foi que eu me perdi? Ou será que eu mesmo quis abandonar-me em algum canto dessa estrada?
E no meio desse turbilhão de pensamentos, em meio a tudo isso, o vento beija o meu rosto na altura do vigésimo sétimo andar. Me chamando para ir com ele.
Assim, eu pulo...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Aberto de Caeiros - O guardador de rebanhos (continuação)

IX 
 Sou um Guardador de Rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado
...
XIII 
 Leve
Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.
XIV - Não me Importo com as Rimas
Não me importo com as rimas.Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior
Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural corno o levantar-se vento...

...

XVIII 
 Quem me Dera que eu Fosse o Pó da Estrada
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo. . .
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena ...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ya no!

"Nada parece igual, nada parece estar da mesma forma que antes. Bom, eu também não gostaria que fosse igual, mas que tivesse ao menos o mesmo corpo, o mesmo toque e que fosse mais atrativo, ou atraente, que seja. Nada mais toca na pele, nada mais emociona e causa os famosos arrepios. Nada mais é como era ou como eu sentia que era. O cheiro mudou, o jeito mudou e as palavras mudaram. E, hoje, a razão é outra – eu sou outra." - Ou não.


Vestido rodadinho e floridinho, cabelos compridos e soltos, com os mesmos olhos, porém não mais com os mesmos olhares. Com um corpo mais brasileiro, com a alma muito mais revigorada e com os sentimentos muito mais à flor da pele. Nada mais é como era antes, mas hoje é tudo mais colorido. É a vida que sorri de canto, é o destino que venta e assopra os meus cabelos, é os olhos da verdade que vejo no coração alheio, é a maturidade que chega batendo, entrando, sentando e tomando um café comigo. São os risos, é a calma escondida por detrás dos meus tumultos. Mudou, mas agora é diferente, agora é de corpo e alma.
Tudo com gostos diferentes e o meu coração sorri. Pula. Grita. Pede mais emoção, busca mais conforto e afronta o que dele o for discordado. Com alma branca, com a voz branca o vento me trás alegrias. Uma mudança sempre gera desconforto, porém é muito boa quando tudo ocorre bem. Deixei de lado as coisas do passado, em breve lembranças ficaram marcadas aqui dentro de mim, mas agora é diferente. Nada mais é motivo de lágrimas. Nada mais é sem coração.
O que foi e é essencial, fica. Sempre fica o que for de total entrega. E em mim o que fica é de puro sentimento, é de total entrega. O que fica é sempre o que nos tocou e mexeu com os nossos sentidos. O que fica é algo que marcou que mereceu ser lembrado e que em mim causou arrepios. Sou assim, toda coração, toda emoção. Sou o brilho nos olhos e a garra de um leão.
É tanta sensibilidade, tantos momentos que ainda enlouqueço. Essa minha mania de colocar coração em tudo, de encontrar razões para ser tanta emoção, cansa. Esse meu jeito de querer rasgar a roupa, colar do teu lado e esquecer o que possa acontecer. Me assusta. Esse jeito que eu tenho de arriscar, de sentir e de ser tão extremista. Me assusta. Mas, nada mais é por acaso. Colocar aroupa que tu gostas pintar a boca, os olhos e esperar o teu abraço, sentir o teu cheiro, te ter ao lado. Nada mais é indispensável, nada mais é sem querer. Pele com pele, coração com coração e um sonho a mais. Sempre há algo a mais, ou pelo menos, é o que eu espero que exista. Algo mais para sentir, acreditar e até mais, algo a mais, para amar.
Até mesmo o sonhar é diferente, causa delírios que eu não conhecia. Algo como desejo sem alcance, como se fosse proibido. E é. Mas, faz sentido os meus arrepios fora de hora, a vontade de sentir tua mão na minha e até mesmo só de olhar nos olhos. De longe. De canto. O coração é sempre um grito mais alto e em mim causa tantos estragos que eu prefiro nem pensar e agir. Meu tempo de calmaria não existe. Sou assim, riscos e mais riscos. Gosto de tocar à alma e ser tocada, gosto que me causem borboletas no estômago e que me deixem sem chão, gosto de tudo que posso me fazer flutuar e esquecer o superficial. E o que não toca, o que não risca o peito, não lateja o corpo, não estremece o corpo e não me assusta – infelizmente – não me toca não me chama atenção e, muito menos, me faz delirar. Sou mais os riscos e os sentidos, e claro, tudo que me faça ficar apaixonada, encantada e arrepiada.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A vez do vilão...

Não sei quanto a vocês, mas eu estou cansada dos maus exemplos triunfarem em todos os lugares, principalmente na mídia brasileira. Nas novelas, os vilões têm, quase sempre, saído impunes, e ricos e felizes nos últimos capítulos, isso depois de atormentarem os mocinhos durante todos os capítulos! Nos telejornais, sempre são mostrados os maus exemplos em todas as profissões. Sempre mostram os políticos corruptos, os policiais corruptos, os padres pedófilos, os médicos pedófilos, os professores violentos, ou desinteressados, etc. Quase nunca são exibidos os casos de políticos de locais carentes, que, com poucos recursos, conseguem obras importantes para a população, nem os padres que fazem trabalhos importantes em suas comunidades, nem os médicos que atendem em locais insalubres, com baixa renda, e ajudam pessoas que não teriam atendimento médico de outra maneira, nem os professores que conseguem mudar a realidade de escolas carentes, com casos de violência, e mostrar que há saída com a educação. O mesmo para as novelas. Não se mostram mocinhos e mocinhas que pensam, que percebem as maldades dos vilões, e conseguem sair dos problemas, resolvê-los, com atitudes rápidas e inteligentes. Que tipo de nação é a nossa que mostra que o errado é que vence, é que se dá bem sempre? Que tipo de sociedade é essa que mostra que os profissionais, que estudam, que batalham no cotidiano, são ruins, não prestam, e que não adianta estudar, pois tudo está ruim, e, com esses exemplos, parece que nunca vai melhorar? Eu não entendo como uma sociedade pode se desenvolver quando somente os maus exemplos são evidenciados. Se não há saída, pra quê lutar, para quê estudar, para quê agir corretamente? A lição que se dá é que é melhor ser o bandido, o vilão mesmo, pois ele é rico, ele vive bem, ele não é punido.
Parece absurdo o que falo? Então assista às novelas e telejornais de todos os canais brasileiros, pelo menos um dia, e me diga se não é essa a imagem que é transmitida!


O desabafo acima não era para agora, mas eu não suporto mais uma sociedade que exalta o errado, em todas as categorias!