quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Com o tempo...

Acho que desde que nascemos percebemos que com o tempo as coisas mudam, por alguns anos acreditamos que o que mudam são as coisas que estão ao nosso redor, depois achamos que são as pessoas ao nosso redor, depois decobrimos que a gente também muda, mesmo quando não queremos, e com o passar de mais alguns anos percebemos que as coisas mudam, as pessoas também e a a gente vai caminhando e se transformando, nem sempre junto nem sempre pra trás do nosso tempo. Hoje me vejo pensando sobre assuntos que não passariam pela minha cabeça a um tempo atrás e, se passassem, iriam embora rapidamente, hoje me faço perguntas que nunca havia feito antes. Hoje eu sinto os anos pesarem um pouco mais e sinto um pouco de medo do que está por vir. E se não vir? Mas sei também que, felizmente, todos ao meu redor estão se transformando junto comigo, e, de certa forma isso me tranquiliza, mas não completamente. Continuo no entanto com a certeza de que tenho mais dúvidas do que convicções, mesmo com o passar do tempo e me pergunto se algum dia terei realmente a certeza de alguma coisa, e não sei dizer. Mas posso dizer que o tempo têm passado, amanhã já não sei mais.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Das lagrimas e da natureza humana

Ontem desejei que a senhora estivesse aqui, vó. Com seus olhos castanho escuros quase negros que enxergam sempre além, com seu colo sempre disponível, seu sorriso sempre aberto, o afago certo. Eu ontem chorei um bocado , e não foi um choro qualquer, não foi aquele choro de criança que não ganhou o brinquedo tão desejado, a quem fora negada a guloseima que se exibe na vitrine da loja de doces. Foi um choro intenso, sentido, sofrido. De dor, de solidão, de cansaço, de exaustão. Se você estivesse aqui ia me afagar os cabelos molhados pelas lágrimas, ia dizer que sou tão boba... nada como um dia depois do outro, e outro, e mais outro, e mais outro... "Pra quê chorar filha... não resolve nada." E eu ia olhar dentro dos seus olhos ainda mais castanhos escuros e dizer: "Porque dói vó... dói tanto..." Eu pousaria mais uma vez a cabeça no teu colo, e adormeceria, exaurida pelo choro convulso. Segura, aquecida. Eu hoje chorei mais um tanto. "A dor não quer ir embora vó... não quer..." Eu só queria seus olhos castanhos escuros quase negros. O seu colo. E ouvir você dizendo que chorar é desperdício de tempo quando a vida é tão breve e a morte é certa. Eu sinto tanto a sua falta, vó! Deus sabe... Ah Ele sabe vó...