terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"Senhor, dái-me força para aceitar o que não pode ser mudado..."

“Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado.

Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...

E sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.

O problema é justamente esse: encontrar a sábia diferença entre o que pode ser aceito e o que é inaceitável.

Muitas pessoas entram neste dilema. Todos nós conhecemos alguém a la 'Madre Teresa' que aceita qualquer condição e tratamento, seja de quem for, do chefe, do marido desleixado, do filho mal-educado, da vizinha intrometida, da sogra indiscreta, da amiga invejosa, do padeiro sem respeito. Assistismos às suas atitudes e não conseguimos compreender como a 'Madre Teresa' aguenta tanto desaforo na vida, e ainda com um sorriso no rosto, sem reclamar. Ela crê que as pessoas são como são e que devêmos aceitá-las dessa maneira, sem tentar modificá-las. A tal 'Madre' acha que nós somente mudamos a nós mesmos e que a maior reforma é a íntima.

Por outro lado há também a 'Maria Zangada', aquela que a tolerância é zero. Não suporta nem um suspiro mal dado ao seu lado e lá vai ela a soltar seus cachorros. Essa pensa que tudo deve ser mudado e que tudo é inaceitável. Me ofereceu um café-da-tarde? Ai que horror, é uma pão-dura, por que não convidou para o jantar? Vem me visitar no domingo? Não sabe que é o dia do descanso? Que amiga incoveniente... a lista não se finda. Reclama do sol, da chuva, do calor, do frio, da neve, da praia, da serra e nem as moscas escapam de sua língua ferrenha...

Mas e agora, o que eu faço?

Percebo que ser resiliente demais leva as pessoas ao nosso redor a nos desrespeitar, a não saber o limite de onde parar, de como proceder conosco. Como uma amiga minha já disse: "As pessoas te tratam da maneira que permites tratá-la". Já se fores instransigente demais, tornas-te indesejável, negativa e excessivamente intolerante.

A sabedoria está no meio termo, todos sabemos disso, mas como eu acho esse fulano?

Tenho praticado a resiliência de maneira cada vez mais ativa e mais consciente. Praticando a dita reforma íntima que tantos falam, tentando me tornar uma pessoa melhor. O problema é que estou achando que ando aceitando demais pois os sinais de abuso no comportamento das pessoas que me cercam está comecando a aparecer. Triste isso do ser humano abusar da paciência alheia. Ninguém abusa de um 'Saraiva' pois tem receio de suas explosões. Vamos lá abusar da 'Madre' pois esta não diz um ai. Muito feio!

Acho que terei que repetir a reza por mais umas 10 novenas até que eu encontre a sabedoria para distinguir o que devo aceitar e o que vale a pena lutar para ser mudado. Ó pai!

Transformando...

Me disseram alguns dias atrás que deveria lutar minhas guerras e não as dos outros e isso teve grande significado em mim. Por razões diversas tenho me sentido insatisfeita, mesmo em ocasiões quando não deveria me sentir assim. E após essa conversa tenho procurado modificar o que está ao meu alcançe e de certa maneira estou me sentindo melhor. Após várias reflexões percebi que eu mesma digo muitos 'nãos' para mim, atos e palavras que sabotam minha felicidade e apesar de não saber exatamente a causa dessas auto-sabotagens tenho tentado sanear o problema. Cansei de palavras como "se", "talvez", "quem sabe" e o famoso "quando". Como assim quando? Se o momento preciso é o agora, se a máquina do tempo se move em motor contínuo e desta maneira estamos em constante transformação. Hoje o que eu quero para meu futuro é o dia presente vivido da maneira como sempre sonhei, transformando 'nãos' em 'sins'.