segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Esta noite esta calor e eu não tenho sono. Fui até a geladeira e peguei minha garrafinha d'água, sentei na varanda e olhei para o céu estrelado desta noite. Percebi o quão belo ele esta e fiquei a admirá-o profundamente, um vento fresco ate arriscava ensaiar uma dança e balançava meus cabelos. E uma pergunta me incomodava bastante. A dúvida de entender quem sou e poder dizer quem sou. Percebi que não tenho nem um terço de auto conhecimento. Posso facilmente dizer e expor meus desejos, anseios, fraquezas, angustias, tristezas, gostos e desgostos. Mas, o fato de ser incapaz de dizer quem sou verdadeiramente perturbou-me. Percebi que a cada dia fui um personagem diferente. Entrando e saindo de cena, atuando em vários papéis e sendo vários personagens diariamente. Assim, não posso auto me definir, pois tudo o que sou não é nada do que sinto. Assim, como tudo o que eu sinto, não é nada do que penso. Meus pensamentos não têm nada a ver com o que sou. Atitudes para muitos é o mais important, mas para mim é a imaginação. Posso ser quem desejo com minha imaginação. Assim, voarei por lugares que nunca eu, e quem quer seja, poderia imaginar. E, contudo, mesmo que eu conseguisse dizer quem sou. Não diria. Pois, estaria auto me definindo. Assim, expondo meu verdadeiro eu e seria eu então facilmente entendida por quem quiser que seja. E não é isso que eu quero. Quero ser um personagem a cada dia e continuar a atuar em meus papéis. Dando vida a minha imaginação, assim, nada do que eu penso transforma-se no que sinto. Tão pouco, o que sinto resuma-se no que sou. Meu verdadeiro eu está trancado dentro de minha imaginação e não pretendo e nem desejo libertá-lo. Agora, percebi que eu sei quem eu sou, mas nunca consegui dizer. Pois, inconscientemente algo me bloqueava, e esse bloqueio, partia da minha imaginação. Pois, libertando o eu verdadeiro, eu estaria sendo facilmente fragilizada e toda a fortaleza que durante anos eu criei, seria derrubada no final de minhas palavras. Assim, nunca mais poderia voltar a atuar meus personagens em minha imaginária peça de teatro e tudo o que eu resumiria em palavras, transformaria no que sinto, penso e sou.