segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E se não for amor?

Rodrigo, Parece que o dia perde a graça, o sol esquece de nascer e a noite, que sempre foi o meu melhor momento, some. Que nada que eu faça terá sentido e que cada SMS da operadora será um: "eu te amo". Que essa vontade de estar junto, cheirando o teu pescoço e passando a mão no teu peito é uma lágrima a mais. Que a tua mania de apertar 'o meu barriga' me faz tanta falta, porque ver aquele teu sorriso de "mau" só para me fazer sorrir feito criança com doce, me derrete. É algo que me faz perder a cabeça, me faz suspirar pelos cantos, olhar o céu e sorrir. Algo que me faz querer tua presença. Lembrar a tua mania de me fazer chorar com seus ciúmes bobos. Lembrar nossos filmes deitados no sofá. O teu jeito de dormir sempre para o lado contrário da parede e, eu encostando meus pés nos teus. Essa saudade que nos acende, nos faz querer mais e mais, um ao outro. E, é essa mesma saudade que me faz chorar, te quero pra ontem. Perto, do lado sorrindo, abraçando e com esse teu jeitinho de me encher de cócegas, me chamando de "amorzinho". Essa saudade que faz doer em mim é a mesma saudade que sempre acaba com muito amor. Uma saudade dolorida, com gosto de quero mais. Essa que nos torna cada dia mais unidos, mais amantes. Ela só mostra o quanto é forte o nossos amor. Saudade é querer ter junto o que amamos. Saudade, no nosso caso, é amor. Se algum dia vierem me falar que não é amor, vou ignorar, pois se essa vontade de estar junto, de ver o teu sorriso, de querer te fazer sempre feliz e de ser só tua não for amor, juro, não quero mais nada na vida. Se ousarem duvidar desse nosso jeito de amar, vou sorrir, pois nada mais me faz tão feliz como ser boba assim por ti. E, se ainda assim insistirem que não pode ser amor, vou dizer que se não for, é algo muito mais bonito e intenso, com um nome ainda não revelado e que foi inventado exatamente para nós e esse nosso "jeitinho". Pois se não for amor, meu bem, todo esse diminutivo, todo esse carinho e essa saudade no meu peito, se não for amor... É porque não sabem o que é amar. Mas, enquanto não descobrem o nome para o nosso sentimento tão forte, quero dizer que te amo, talvez não do jeito que os outros entendam, mas do nosso jeito. E é isso o que me importa, ter ao meu lado quem eu mais amo e te fazer, sim, a pessoa mais feliz do mundo. O que importa é poder ver teu sorriso e saber que nada mais é preciso em troca. Te amo com gosto de doce de leite com leite condensado. Te amo e ponto.

"Espirito natalino" (?)

Que coisa linda esse espírito de amor, paz, alegria e confraternização que acomete os seres humanos nesse período do Natal! Todos exalando bondade, amizade e carinho pelos seus semelhantes... Famílias reunidas, preparando a ceia de natal, comemorando juntas, rindo e brincando, embevecidas pela companhia uns dos outros... Lindo, não é mesmo? Não. Simplesmente rídiculo! Sei que pareço "amarga" ao dizer isso, mas não é esse o caso. O que ocorre é que abomino a hipocrisia que, parece, toma conta de quase todo mundo nesse período. Pessoas estressadas, indo de loja em loja em busca de um número sem fim de presentes ou "lembrancinhas" para todo mundo (mãe, pai, irmão, irmã, tio, tia, primos, avós, cunhados, amigos, papagaios, cachorros, gatos e afins), gastando o salário inteiro e, por vezes, comprometendo o(s) salário(s) futuro(s) simplesmente para cumprir uma convenção... Pessoas que se sentem solidárias, altruístas, caridosas porque resolveram comprar alguns doces de segunda mão, ou algumas porcariazinhas de R$ 1,99 e distribuir para crianças carentes... Pronto! Sentem-se ótimas pessoas! Afinal, o que importa se durante mais de 300 dias do ano não fizeram coisa alguma que pudesse ser considerada boa para alguém? Ora, o importante é que o espírito natalino agora "tomou conta" de seus corações... Veja a alegria nos olhinhos das criancinhas menos favorecidas recebendo aquelas "deliciosas" barras de chocolate feitos com gordura hidrogenada!!! (Afinal, não é preciso que o chocolate seja "de primeira" para que elas fiquem felizes, não é mesmo? Eo tal espírito de natal funciona de qualquer maneira, com itens de "primeira", "segunda", "terceira"...) Tão lindo! Tão singelo! Ah! Por favor! E o que dizer das "maravilhosas" ceias em família?!? O ápice do tal espírito natalino! Pessoas que realmente se amam e se respeitam (?), confraternizando em clima de amor e união... Hipocrisia pura! Na maior parte das vezes são pessoas que mal se vêem durante o ano ou que, no máximo, entre discussões e desentendimentos, suportam a existência umas das outras... Claro que com isso não estou querendo dizer que todos, necessariamente, se detestem. Longe disso! O que ocorre com a esmagadora maioria das famílias é que, apesar de gostarem uns dos outros, esse clima de "amor, união e devoção eternos", na melhor das hipóteses, não é lá muito frequente... São, em geral, pessoas comuns, vivendo suas vidas da melhor forma que conseguem, preocupando-se com suas coisas e convivendo umas com as outras... Os utópicos que me perdoem, mas as coisas não são como em um comercial de margarina... E depois da ceia em família, quando todos já estão indo para suas casas (intimamente felizes e aliviados pela noite, finalmente, ter terminado), o tal espírito natalino parece que se esvai... No dia 25 as pessoas ainda tentam sentir-se boas, caridosas etc etc etc... Mas, no dia 26... Vida normal!!! Ufa!!! As pessoas voltam a ser individualistas, e a se preocupar somente com seus problemas... E todos os anos é a mesma história... Ora, me poupem desse papo de espírito natalino!!! Interessante é que quando externo esse meu pensamento sobre a hipocrisia do tal espírito natalino, as pessoas costumam me olhar com espanto e com (fingida) reprovação... E ainda dizem que eu devo ser uma pessoa muito amarga e infeliz. Ledo engano... Apenas não sou hipócrita... Será que isso é tão ruim assim??? Estou muito aliviada porque ainda falta um ano para que o tal "espírito natalino" se repita...