MEU MANUAL DE INSTRUÇÕES.

Para a minha mãe eu sou a 'ovelha negra Michelli'. Para meus dois irmãos caçulas a irmã 'chata e encrenqueira'. Para os outros irmãos (Sim gente, somos uma cambada! Somos 6) eu sou simplesmente a sem 'juizo'. Para a minha amiga Gê eu sou a 'amiga sem noção'. Para o Kiko eu sou a 'mulher da minha vida'. Para minha sobrinha Julya sou muitas. Muitas tipo 'Abizinha', 'Mimá', 'Mamí', 'Titi', 'Bizinha', 'Mizinha'. Para meu sobrinho Fabiano eu sou a 'Titia Mi'. Para a Alessandra eu sou simplesmente 'amiga'. E sou assim... Milhares de mim. Me dou por completo para as pessoas que gosto. Tenho uma intuição aguçada com pessoas de caráter duvidoso. Quando digo que amo, tenha a certeza que não é da boca pra fora. Choro até assistindo comercial de margarina. Cuido das pessoas que mais gosto. Quebro a cara muitas vezes, mas me levanto quantas forem necessárias. Entro de cabeça nos relacionamentos, amo até a ultima gota, tento, sofro, me dôo, mas quando digo que não quero mais – independente do tempo que demore – não quero mais mesmo, e aí fica difícil de acreditar. Dou altas “bolas fora” (A Gê que o diga...). Sou marrenta, chata e sistemática no trabalho. Sou feliz, alegre e completa quando "Ele" está ao meu lado. Sou preguiçosa, adoro uma cama e um bom cafuné. Sou carente ao mesmo tempo em que sou auto-suficiente. Sou tarada por espetinho, churrasco e churrascarias. Sou vidrada em pernas, braços , bocas e olhos (principalmente do meu amor). Tenho tremedeira nas mãos quando fico nervosa. Não suporto que me incomodem quando estou ouvindo uma musica que me interessa. Abraço os problemas de todos, mas também quero alguém que me abrace. Não me dê ordens!!! Me peça ou sugira. Meu humor tem variações, sou uma pisciana nata! Não me dê flores, me dê uma serenata, uma poesia ou um chocolate. Gosto de sol... de cores... de vida. Quero tudo pra ontem, detesto ter que esperar alguma coisa. Quando quero alguma coisa não passo por cima de ninguém, mas viro o mundo no avesso pra conseguir o almejado. Canto muito e mais do que cantar eu amo dançar... Um bom samba de preferencia. Sobre o amor, gosto de sentir ele nas minhas mãos... Não gosto do vago, e se for, desisto rapidinho de tentar. Quer saber se sou sua amiga? Me dê um abraço. Quer saber se eu te amo? Se envolva comigo. Quer sua vida feliz e interessante? Me ame! E quer saber? Não siga sempre os manuais que escrevo, pois eu to sempre mudando!!!

A época do 'não sei'!

Inquestionavelmente, esta é a minha época do ano carinhosamente apelidada de “não sei”. O primeiro “não sei” que aparece na minha mente é o de onde passarei o natal. Parece bobagem, mas é verdade. Não sou muito chegada a natal não. Explico: Existem pessoas que pasam o ano inteiro passando do seu lado e não te dão nem um 'bom dia' se quer. E ai quando chega o natal querem se aproveitar do alcool e te abraçar, beija e desejar um monte de felicidades hipócritas e levianas... Não dá! Quero passar o natal num lugar longe e dormindo. Isolada, sozinha!!! O outro “não sei” recorrente é: O que farei no próximo ano? Isso não significa que eu seja uma pessoa sem metas, ao contrário, tenho muitas. Mas como sou mentalmente desorganizada (ok... sem piadinhas de loira, tá?), tenho dificuldades em estabelecer prioridades. Normalmente quero tudo em curto prazo, mas, infortunadamente, minha vida tem a velocidade de uma tartaruga subindo uma ladeira sinuosa, então, dificilmente consigo o curto prazo - espero que a fábula do coelho e da tartaruga tenha algum fundo de verdade. O pior “não sei” é quando invento de fazer um balanço da minha vida, porque quando isso ocorre, a recaída depressiva é automática! Logo, evito, com todas as forças, fazer isso, porém, a curiosidade é meu fraco, assim como certa compulsão de listar... Fora isso, é não saber como será meu humor nessa época de fechamento de ciclo... Sim, sou uma mulher de fases, de lua (inclusive astrologicamente, meu signo é peixes). Sim, sou muito indecisa em relação a mim. Precisamente, em relação ao meu futuro, que aos poucos se transforma no presente que não corresponde ao futuro imaginado no passado. Não sei se meus desejos se realizarão, mas sempre passo por todas as superstições que conheço numa virada de ano, melhor tentar uma ajudinha do além.

Apatia

Por um bom tempo caminhei em busca de algo. Algo que nem eu mesma sabia o que era. Só sabia que estava sempre em busca... Hoje vejo o quanto de mim ficou para trás. Não sinto ser eu e isso já faz um bom tempo. Existe mais pessoas em mim do que eu mesma, cada uma delas deixou algo marcado. E poucas marcas valem a pena permanecer. E tento arrancar essas marcas a todo custo e como ainda não consigo evito que elas criem raizes sobre mim. Quando olho meu ciclo social que hoje vivo sinto um imenso nojo. Uma imensa apatia. Convivendo (ou diria suportando?) com pessoas das quais eu sempre desprezei. Tendo que escutar suas asneiras diárias e suas lamentações futeis. Chega um momento que eu paro e penso: 'O que estou fazendo no meio dessas pessoas?' Pessoas arrogantes e ignorantes e que em nada tem a me acrescentar (deixando claro, que não falo de todas mas a grande maioria). A nostalgia é quase impossivél não sentir, a saudade e boa lembrança bate em minha porta. Lembro do tempo onde sentava e conversava com pessoas que tinham algo na cabeça, que tinha uma visão de mundo diferente das demais. Pessoas diferentes que não se enquandram no perfil 'cabeça de gado'. Passei até o presente momento de minha vida marcando encontros furtivos com a felicidade. Quando ela finalmente me assalta, percebo que não tenho nenhuma moeda de troca. Por isso mendigo à sorte!