segunda-feira, 25 de julho de 2011

(em 01/02/2011)

Quanto mais os dias passam e as coisas acontecem, menos tudo faz sentido pra mim.Do vigésimo sétimo andar eu vejo o sol e a cidade fervendo lá em baixo. Enquanto isso o vento toca a minha pele e o meu cabelo me dando bom dia.
A medida que as pessoas e os carros vão colorindo e dando movimento à cidade, eu me pergunto: "O que o dia me reserva para hoje?"
Avisto lá embaixo um mar de gente que andam de um lado para o outro, o dia todo, todos os dias. E assim como eu não sei da existencia delas, me pergunto: "Quantas pessoas já conheci ao longo dos anos e hoje desconheço?"
Eu sou uma dessas pessoas que por anos eu conheci e hoje desconheço. Não me reconheço e me vejo perdida no meu próprio mundo.
Ontem indo para casa, num ônibus lotado. Coloquei os fones de ouvido e tocava 'Colors' quando vi do lado de fora, pelo vidro de um carro, do lado de fora uma garota. Ela pareci cantar, e me olhava também. Encarei. E me perdi no engarrafamento olhando-a. Ela não era feia, mas tinha a aparencia de uma pessoa vivida e cansada da vida.  Pus-me a pensar em qual seria sua historia de vida. Pelo que ela passou, por onde passou...
Depois de um longo tempo o ônibus em que eu estava avançou e eu pude perceber que aquela garota era o meu reflexo no vidro do carro parado no engarrafamento.
Sinto que me perdi em algum lugar desse longo caminho que percorri. Não sei se sigo ou se volto para procurar-me. Onde foi que eu me perdi? Ou será que eu mesmo quis abandonar-me em algum canto dessa estrada?
E no meio desse turbilhão de pensamentos, em meio a tudo isso, o vento beija o meu rosto na altura do vigésimo sétimo andar. Me chamando para ir com ele.
Assim, eu pulo...