sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Em 8 de outubro de 2011

Minha vida, de sólida que era, tornou-se um desmoronamento sutil de padrões, ideias e sensações. 
Meu corpo, de limpo que era, tornou-se um mapa rabiscado várias vezes pela mesma letra. 
Meu sorriso, de amplo que era, tornou-se uma ponte e uma placa de sinalização que avisa "permitido ultrapassar". 
Meus olhos, de profundos que eram, transbordam agora um rio inteiro de saudade e esperança. 
Meus sonhos, de altos que eram, tornaram-se estacas que prendem minhas conquistas ao chão e me protegem das tempestades. 
Minha fé, de fraca que era, agigantou-se e fez sombra para todos os demônios da infelicidade que me aguardavam na esquina. 
Minha cor, de pálida que era, coloriu-se de tantas cores quantas eram minhas expectativas. 
Meu barco, de frágil que era, carregou-se de âncoras de certezas vacilantes, as melhores. 
Minha casa, de simples que era, transformou-se em palácio dourado onde dorme a realeza sem coroa. Minhas palavras, de raras que eram, espalharam-se fluidas, jorrando pétalas de todas as flores que passaram a brotar em mim. 
Meu silêncio, de sereno que era, inquietou-se e foi preenchido pela lembrança de cada fôlego e cada sussurro. 
Meu espírito, de terreno que era, acomodou-se na nuvem mais alta, circundada de tantas canções quantas eram minhas incertezas. 
Estas, por sorte, eram muitas.
É estranho desabafar de outra maneira que não escrevendo; tenho a impressão de que o dito não foi dito, que um tanto fica escondido ou, o que pode ser pior, que deixei algo subentendido.

Portanto, aqui estou pra te falar mais – e da maneira que me é mais fácil.

Pra iniciar, preciso confessar que me rendi. Na verdade, desisti de tentar te tirar daqui. Nessa luta, só tenho apanhado e talvez por isso esteja tudo tão dolorido. A partir de agora, entrei em acordo comigo mesma: paro de me autossabotar e me permito viver livre, da maneira que sou – liberdade essa que você me transmite, não me deixando ficar escondida e camuflada entre os meus medos e inseguranças (exceto quando aninhada em seus braços e abrigada no seu colo, oculta pro resto do mundo).

E então, funcionará assim: quero dar, quero precisar e quero oferecer o que disponho (aquilo que é meu, mas que te pertence). Não quero exigir, nem solicitar, apenas quero receber o que tu tens pra mim.

Quero ficar ao teu lado, despida de barreiras pra, quando eu partir, seja esse o nosso final, até o breve retorno.
E, enquanto aguardamos esse nosso regresso, eu te crio cá dentro, pra ficar junto a mim. E, neste período em que não estás, uso o meu tempo da melhor maneira que me é permitido: esperar-te.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Você acha que mais cedo ou mais tarde isso ia mesmo acontecer. Bobagem eu  pensar que seria forte e que suportaria tudo.
Meu medo driblava um pouco essa questão de que conseguiríamos levar as coisas na leveza.
Porém, o que é muito, transborda.
Nesses dias em que tudo esta estranho, que as pessoas perceberam nossa distância e que você pensa no acontecido e no que fazer, eu sofro...
Eu sofro calada, escondida, quieta. Com meu coração apertado, uma vontade dilacerante de escancarar tudo e um desejo surreal de você.
Doí demais porque eu sei o que você estava passando.
Eu sei que há uma outra certeza que te balança e que mexe demais contigo. Mas eu bem sei que a nossa história, essa nossa louca história, também te pesa. E te confunde. E te sufoca ao ponto de não saber o que fazer. 
E isso me corrói por dentro, e poucas vezes eu me vi chorar como choro ao assumir toda essa dor de culpa que está em mim.
A culpa não é sua; ela é minha, pela fraqueza de trair, mesmo sabendo que não deveria.
Eu sinto muito, não há nada o que eu possa fazer para voltar atras. Esta tudo fora do controle e tudo se perde, como está perdido agora.
E se perder dói.
Se apaixonar dói.
Tudo isso dói, dói muito.

E eu tenho que te agradecer por tentar evitar essa dor.
Mas é tarde... Ela já fez estrago.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Eu sabia que não seria fácil... Mas por que é tão difícil assim???

Socorro, quero dormir e acordar daqui 3 semanas. Sem fissuras, vontades, ansiedades, desejos.

Ai ai... estou sofrendo demais!!!

Em mim e nele

Um foi capaz de dar ainda mais de si mesmo
O outro levou o que não tinha

Um ensinou a solitude
O outro deixou como herança a solidão

Um acreditou
O outro não quis acreditar

Um foi embora para sempre
O outro não ia, nem ficava - na esperança de assim, alcançar a inexistencia.

Amor e dor
Os  dois aqui, em mim...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tenho ainda muito pra falar, mas me calo. As palavras hoje já não me fazem mais sentido; foram sem terem, de fato, ido.
Embaralham-se no meio de mim, sem encontrar via aberta para partir goela abaixo ou sair garganta acima.
E disso tudo, eu sinto muito. Eu sinto, muito...
E assim, pela primeira vez, encontro-me com as palavras perdidas.